Era um dia nublado de domingo,comum em todas suas arestas.E ela,ansiosa,febril,roendo as unhas andava de um lado da sala para o outro,enquanto um bilhão de neurônios trabalhavam em sua mente em torno de um mesmo fato;tal fato que não lhe descia a garganta.Então,em uma fração de segundo,durante mais uma crise de desespero,perguntou a única pessoa que não havia perguntado,e a única que poderia responder-lhe.Ela mesma.
- Ele me decepcionou,disse sussurrando com um par de lágrimas.
E, de repente,em um momento de sabedoria profunda,como se algum anjo estivesse lhe falando no ouvido durante dias,e agora ele tivesse gritado no maior tom de voz que ele poderia para a menina finalmente lhe escutasse,ela disse:
- Eu posso perdoar essa decepção.Não podemos exigir de algumas pessoas qualidades que elas ainda não possuem.O mais importante não é o que fizeram com você.Mas o que você faz com o que lhe fizeram.
E secou o rosto com um sorriso aliviado,como se sua alma lhe fosse devolvida,como se o ar voltasse aos seus pulmões e o sangue a circular normalmente.
- Não,não posso morrer em vida.
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